A Guerra de Trincheiras foi uma das fases da Primeira
Guerra Mundial.
No final do século XIX, novas potências começaram a
se formar na Europa. Estes novos países que tinham suas economias ligadas às
produções industriais necessitavam de mercados consumidores ao redor do mundo e
também de fontes de matérias-primas que sustentassem suas produções. Esse
momento é conhecido como a fase de expansão do capitalismo imperialista, no
qual os países mais poderosos econômicos e industrialmente, países europeus e
os Estados Unidos, buscavam por suas zonas de influência que atendiam aos seus
anseios capitalistas. A entrada de novos países europeus na disputa por tais
localidades ocasionou um clima de forte instabilidade no continente europeu.
Em 1914 a paz foi rompida na Europa com a
deflagração da Primeira Guerra Mundial entre os países imperialistas,
especialmente impulsionada pelos interesses de Alemanha e Itália que entraram
tardiamente na corrida capitalista. Rapidamente, a Alemanha se expandiu
militarmente por territórios adversários e montou suas bases de guerra. No
início, a infantaria foi muito utilizada com o apoio da cavalaria e de peças
móveis de artilharia. Este tipo de combate marcou a primeira fase do conflito,
identificado como guerra de movimento.
Aos poucos passaram a ser utilizadas as trincheiras como estratégia de guerra, o
que causou muitas baixas ao exércitos que insistiam no deslocamento de tropas.
Mesmo fazendo uso de bombardeio, gases e lança-chamas, o mecanismo das
trincheiras, que utilizavam metralhadoras e eram defendidas por arame farpado,
causava o fracasso da infantaria.
O recurso às trincheiras era uma forma de guerra já
conhecida na antiguidade, mas foi somente na Primeira Guerra Mundial que
ocorreu efetivamente uma Guerra de Trincheiras, muito impulsionada pela
invenção da metralhadora. As trincheiras eram cavadas pelos próprios soldados,
possuíam cerca de 2,5 metros de profundidade e 2 metros de largura, por onde se
movimentavam os combatentes. Em sua parte posterior, eram protegidas por sacos
de areia, que defendiam do impacto dos tiros e dos estilhaços das bombas. À
frente desses sacos de areia, estavam longas coberturas de arames farpados,
algumas vezes eletrificados, que impediam a aproximação do inimigo. Devido à
profundidade das trincheiras, não era possível observar o campo de batalha, por
isso construía-se algumas elevações dentro das trincheiras que permitiam
alcançar o nível de visão adequado do combate e também o acesso às
metralhadores, o equipamento básico que era capaz de destruir muitos inimigos.
A Guerra de Trincheiras marcou a segunda
fase da Primeira Guerra Mundial. Foi a fase mais sangrenta, onde se verificava
as piores condições humanas de sobrevivência em um campo de batalha. Milhares
de soldados permaneciam durante meses dentro desses túneis que eram
interconectados formando uma rede de defesa dos exércitos. Apesar das
trincheiras defenderem contra tiros de rifles e metralhadoras, não tinham muito
sucesso contra projéteis de artilharia. As condições de sobrevivência eram as
piores possíveis. Quando os soldados cavavam as trincheiras em regiões perto do
mar, acabavam encontrando água no meio do processo, o que deixava o terreno
permanentemente tomado por lama. Em ocasião de chuva, a situação se
intensificava, os túneis ficavam inundados e os soldados tinham que lutar,
comer e dormir encharcados. A lama evitava que se mantivessem aquecidos e o
cheiro de mortos era constante. Pela presença de muitos cadáveres em
decomposição, apareciam muitos ratos em busca de alimentação e o quadro geral
se tornava muito propício à morte.
Entre trincheiras inimigas havia um espaço de
aproximadamente 200 metros de distância, no qual jaziam muitos mortos ou feridos
que esperavam por socorro. Entretanto só era possível que as equipes de resgate
saíssem à noite para tentar salvar algum combatente, o que costumava ser tarde
demais. Ainda nas trincheiras, os soldados se alimentavam com carnes e vegetais
enlatados ou biscoitos. Em um momento único, no primeiro Natal depois de
iniciada a Guerra de Trincheiras, os soldados cessaram os ataques e saíram das
trincheiras para se cumprimentarem. Mas o grande número de mortos que viria em
seguida e o elevado índice de estresse causado pelo combate aumentaram o ódio
entre os combatentes, impedindo que algo parecido ocorresse novamente.
A Guerra de Trincheiras não foi o motivo
pelo qual o lado vencedor venceu a guerra, ela apenas trouxe mais morte e
sofrimento para os combatentes. Foi com o uso de tanques de guerra seguidos por
soldados e aviões de combate que, em 1918, foi possível quebrar as defesas
alemãs na Frente Ocidental.
Foto:
http://www.valedoparaiba.com/terragente/estudos/rev32_02.htm
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-de-trincheiras/
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