Caricatura da divisão da China
As
potências européias lançaram-se ao controle da Ásia, onde encontraram matérias-primas
e um grande mercado para os seus excedentes de manufaturas e capitais. Contudo,
a existência de civilizações muito desenvolvidas dificultou a conquista e
dominação do território asiático. A Grã- Bretanha concentrou sua ação na Índia,
a chamada "Jóia da Coroa". A França investiu pelo sudeste, na
Indochina. Cobiçada e disputada, a China acabou subjugada pelas potências
capitalistas, com guerras, entre as quais a Guerra do Ópio (1841), e tratados
desiguais que proporcionaram aos ocidentais direitos econômicos e políticos nas
áreas de influência. O Japão conseguiu evitar o domínio estrangeiro, apesar das
pressões norte-americanas, mas a vitoriosa ação do imperador Mutsuhito sobre os
poderes locais ligados ao xogum, conseguiu restabelecer a centralização
política. A Era Meiji industrializou e militarizou o país, alicerçando sua
política imperialista.
Na
Índia, em 1857, a Rebelião dos Cipaios (soldados indianos) foi uma importante
reação nacionalista frente ao domínio ocidental, mas os revoltosos foram sufocados
pela violenta ação inglesa que manteve a região sob controle do Império
Britânico. A principal resistência chinesa contra a presença estrangeira foi a
Guerra dos Boxers (1900), mas uma força expedicionária internacional, formada
por ingleses, alemães, russos, franceses, japoneses e norte-americanos, invadiu
o país e obrigou o governo imperial chinês a reconhecer todos os acordos e
concessões anteriormente firmados com as potências imperialistas.
Outras
Formas De Dominação Imperialista
Alem
das colônias de exploração e de povoamento, existiram outras formas de
dominação imperialista, em países onde aparentemente a independência política
foi mantida. a dominação se deu basicamente na área econômica, caracterizando
as chamadas áreas de influência e as áreas de penetração financeira.
a) as áreas
de influência
Essa
forma de dominação ocorreu em países onde o estado existente foi conservado e
com o governante local foram negociados tratados e acordos que beneficiavam a
potência colonizadora, em determinada área do país. nessa "área de
influência'', a metrópole podia atuar sob a proteção de privilégios especiais
em detrimento dos possíveis competidores europeus. foi o caso da Pérsia, que em
1907 se viu repartida em duas áreas de influência, uma russa e outra inglesa, e
da China, cujo território foi dividido em seis áreas de influência: inglesa,
francesa, alemã, italiana, russa e japonesa.
b) as áreas
de penetração financeira
em
alguns países independentes, porém não industrializados, a dominação imperialista
ocorreu através da negociação com os governos locais de acordos comerciais,
industriais ou financeiros que beneficiavam basicamente os setores exportadores
das elites locais e a burguesia dos países industrializados. nesses casos, não
houve preocupação com a dominação política.
0
caso do Egito
0 Egito, um
principado virtualmente independente, foi vítima de sua riqueza agrária e da
sua situação estratégica (situado entre o Oriente Médio e a África Negra), a
sua riqueza agrária integrou-o na economia européia como fornecedor de produtos
agrícolas. a vasta expansão do comércio egípcio atraiu levas de homens de
negócios e aventureiros prontos a conceder créditos ao governo, que pensava em
transformar o Egito num poder moderno. mas os homens de negócios extorquiram o
povo egípcio e, quando os egípcios não puderam pagar mais os juros dos
empréstimos, a gestão das --finanças públicas passou para o estrangeiro, com a
desculpa do governo egípcio estar comprometido com enormes despesas e
incapacitado de pagá-las. Como não havia FMI
na época, foi instituído um condomínio franco-inglês. Nominalmente, como
na China, a independência política subsistia, mas gradativamente os
funcionários britânicos passaram a administrar a polícia, as finanças, as
comunicações, as alfândegas e os portos.
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