sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O imperialismo na Ásia


Caricatura da divisão da China

                As potências européias lançaram-se ao controle da Ásia, onde encontraram matérias-primas e um grande mercado para os seus excedentes de manufaturas e capitais. Contudo, a existência de civilizações muito desenvolvidas dificultou a conquista e dominação do território asiático. A Grã- Bretanha concentrou sua ação na Índia, a chamada "Jóia da Coroa". A França investiu pelo sudeste, na Indochina. Cobiçada e disputada, a China acabou subjugada pelas potências capitalistas, com guerras, entre as quais a Guerra do Ópio (1841), e tratados desiguais que proporcionaram aos ocidentais direitos econômicos e políticos nas áreas de influência. O Japão conseguiu evitar o domínio estrangeiro, apesar das pressões norte-americanas, mas a vitoriosa ação do imperador Mutsuhito sobre os poderes locais ligados ao xogum, conseguiu restabelecer a centralização política. A Era Meiji industrializou e militarizou o país, alicerçando sua política imperialista.
                Na Índia, em 1857, a Rebelião dos Cipaios (soldados indianos) foi uma importante reação nacionalista frente ao domínio ocidental, mas os revoltosos foram sufocados pela violenta ação inglesa que manteve a região sob controle do Império Britânico. A principal resistência chinesa contra a presença estrangeira foi a Guerra dos Boxers (1900), mas uma força expedicionária internacional, formada por ingleses, alemães, russos, franceses, japoneses e norte-americanos, invadiu o país e obrigou o governo imperial chinês a reconhecer todos os acordos e concessões anteriormente firmados com as potências imperialistas.
Outras Formas De Dominação Imperialista
                Alem das colônias de exploração e de povoamento, existiram outras formas de dominação imperialista, em países onde aparentemente a independência política foi mantida. a dominação se deu basicamente na área econômica, caracterizando as chamadas áreas de influência e as áreas de penetração financeira.
a) as áreas de influência
                Essa forma de dominação ocorreu em países onde o estado existente foi conservado e com o governante local foram negociados tratados e acordos que beneficiavam a potência colonizadora, em determinada área do país. nessa "área de influência'', a metrópole podia atuar sob a proteção de privilégios especiais em detrimento dos possíveis competidores europeus. foi o caso da Pérsia, que em 1907 se viu repartida em duas áreas de influência, uma russa e outra inglesa, e da China, cujo território foi dividido em seis áreas de influência: inglesa, francesa, alemã, italiana, russa e japonesa.
b) as áreas de penetração financeira
                em alguns países independentes, porém não industrializados, a dominação imperialista ocorreu através da negociação com os governos locais de acordos comerciais, industriais ou financeiros que beneficiavam basicamente os setores exportadores das elites locais e a burguesia dos países industrializados. nesses casos, não houve preocupação com a dominação política.
0 caso do Egito

0 Egito, um principado virtualmente independente, foi vítima de sua riqueza agrária e da sua situação estratégica (situado entre o Oriente Médio e a África Negra), a sua riqueza agrária integrou-o na economia européia como fornecedor de produtos agrícolas. a vasta expansão do comércio egípcio atraiu levas de homens de negócios e aventureiros prontos a conceder créditos ao governo, que pensava em transformar o Egito num poder moderno. mas os homens de negócios extorquiram o povo egípcio e, quando os egípcios não puderam pagar mais os juros dos empréstimos, a gestão das --finanças públicas passou para o estrangeiro, com a desculpa do governo egípcio estar comprometido com enormes despesas e incapacitado de pagá-las. Como não havia FMI  na época, foi instituído um condomínio franco-inglês. Nominalmente, como na China, a independência política subsistia, mas gradativamente os funcionários britânicos passaram a administrar a polícia, as finanças, as comunicações, as alfândegas e os portos. 

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