quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Iluminismo


             Dá-se o nome de Iluminismo à revolução intelectual ocorrida na Europa, e particularmente na França, durante o século XVIII. O Iluminismo (ou Ilustração) foi um movimento intelectual marcado por forte racionalismo e postura crítica. Os intelectuais que defendiam a razão como principal meio para trazer "luz" e conhecimento aos homens foram denominados iluministas e o século XVIII, o "Século das Luzes". Afirmou-se o direito à liberdade e à igualdade entre os homens e foi posta em dúvida a explicação divina para a História.
A ciência adquiriu uma importância fundamental para o progresso humano, mediante as contínuas inovações tecnológicas. Os valores morais do Iluminismo foram a tolerância, o humanismo e o respeito à natureza. Sem abandonar o absolutismo, alguns monarcas adotaram princípios iluministas para reformar e modernizar seus países, ficando conhecidos como déspotas esclarecidos. As artes e o pensamento foram estimulados pela aristocracia e pela Coroa. Nesse "Século das Luzes", destacaram-se os enciclopedistas, com sua ideologia racionalista, e Adam Smith, que assentou as bases do liberalismo econômico.           
             Esse fato foi de fundamental importância, uma vez que proporcionou ao homem a possibilidade de modificar totalmente sua forma de pensar, de agir e, portanto, de encarar o mundo. Agora, o homem não mais atribuía tudo o que acontecia ao seu redor à vontade divina e/ou de algum ente superior. Ao contrário, sua grande preocupação era descobrir o funcionamento de todas as coisas e apenas a razão era capaz de levá-lo a tanto. Era o racionalismo, que rejeitava as formas de pensar acomodadas medievais, todas as formas de autoridade e todas as formas de crença teocêntrica. O homem era o centro do universo.Todo esse novo posicionamento do homem frente ao mundo levou a um espetacular avanço científico.          
Deve-se entender o Iluminismo como uma reação burguesa ao absolutismo. As idéias iluministas procuravam solucionar os problemas concretos enfrentados pela classe recém-chegada ao poder e, ainda, fazer com que o mecanismo social funcionasse a seu favor. Para tanto, propunha-se a reorganização da sociedade e a adoção de uma política centrada no homem, que lhe garantisse sua total liberdade. Encontrar a justificativa para esses pressupostos e impô-los a uma sociedade ainda influenciada pelos valores medievais era o grande objetivo do pensamento iluminista que, portanto, é um pensamento burguês; ainda que alguns filósofos, como Rousseau, tenham adotado linhas de pensamento diversas em seus estudos.
Pensadores Iluministas
I- Voltaire:Contra o Absolutismo e a Igreja

O escritor e filósofo francês François Marie Arouet(1694-1778) pseudônimo Voltaire, foi mais um defensor das liberdades civis do que um reformador  político. Viveu isolado por três anos na Inglaterra, onde foi influenciado pelas idéias de John Locke e de Newton. Voltaire criticava as prisões arbitrárias, a tortura, a pena de morte e defendia a liberdade de expressão de pensamento. era inimigo da igreja católica que chamava de "a infame" e defensor da religião natural, igual para todos os homens, sem doutrinas e os dogmas da  religião cristã . Deísta, acreditava em Deus apenas como criador  do universo, do qual é a causa e o princípio.
II - Rousseau e o Contrato Social.

                Jean Jacques Rousseau (1712-1778) era natural de Genebra, na  Suíça, filho de artesãos e lutou muito contra a miséria. um dos mais importantes escritores do iluminismo francês, suas teorias provocaram grande impacto na educação, na literatura e na política. suas principais obras foram:
- "Discurso Sobre As Ciências E As Artes" e discurso sobre a "origem da desigualdade entre os homens"1755, nos quais afirmava que o homem nasce naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe e defende a tese de que os homens, quando viviam no estado de natureza, eram felizes, livres e iguais em direitos porque a propriedade não existia. a desigualdade surgiu quando o primeiro homem cercou um terreno e disse "isto é meu" e os outros aceitaram; a partir desse momento, "surgiram os crimes, as guerras e as injustiças".
– "O Contrato Social" (1762), obra de teoria política onde Rousseau expressa suas opiniões sobre o governo e os direitos dos cidadãos. segundo do ele, ao deixarem o estado de natureza, os homens estabeleceram entre si um contrato ou pacto, através do qual todos seriam iguais perante às leis. o estado  (isto é, a comunidade politicamente organizada) e o governo (isto é, o agente executivo do estado que deve realizar  a vontade geral), nascidos do contrato entre os homens, estavam submetidos as leis que deveriam ser aprovadas pelo voto direto da maioria dos cidadãos.  o soberano, constituído pelo contrato social, é o povo unido ditando a vontade geral, cuja expressão é a lei, afirmava Rousseau: "toda lei que o povo em pessoa não tenha ratificado é nula; não é uma, lei."


III- Montesquieu e a  Divisão De Poderes.

                Montesquieu (1689/1755) , foi um dos mais influentes iluministas franceses do século XVIII. Em 1748, escreveu sua principal obra: o espírito das leis, na qual procurava explicar as leis que regem os costumes e as  relações entre os homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva religiosa ou moral.  Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo, devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser "o direito de fazer tudo quanto as leis permitem". para se evitar o despotismo, o arbítrio, e manter a liberdade política, é  necessário separar as funções principais do governo: legislar, executar e julgar. Montesquieu mostrava que, na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota. "tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, e de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares."
IV- Enciclopedistas

Dentre os filósofos franceses do iluminismo, sobressaíram-se Denis Diderot (1713/1784) e Jean D’alembert (1717/1783), organizadores da "Enciclopédia Ou Dictionnaire Raisonné Des Sciences, Des Arts Et Des Métiers" (enciclopédia ou dicionário racional das ciências, das artes e das profissões), obra em 28 volumes que pretendia ser uma síntese completa aos conhecimentos filosóficos e científicos da época. Entre seus colaboradores, contavam-se destacados filósofos, matemáticos, físicos e economistas, que concordavam com o racionalismo e o liberalismo.  os dois primeiros volumes foram publicados em l751, exprimindo concepções políticas revolucionárias um sentimento anti-religioso.
V- Liberalismo Econômico : Os Fisiocratas e o   Laissez Faire
        A crítica dos iluministas ao absolutismo atingiu também a política econômica desse regime: as práticas mercantilistas e a intervenção  do estado na economia eram combatidos, na França, pelos adeptos da escola econômica fisiocrática.  Os fisiocratas (de fisio, natureza; crato, governo, portanto governo da natureza) afirmavam que a verdadeira fonte de riqueza de uma nação  era a terra, sendo a agricultura a principal atividade econômica. a indústria e o comércio apenas transferiam riquezas já existentes de uma pessoa para outra.  Assim como o universo e o corpo humano eram regidos por leis naturais, a economia também  o era, tornando-se pois desnecessária qualquer regulamentação  feita pelo estado. o lema dos fisiocratas era: laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même. seus principais representantes foram François Quesnay, fundador da escola fisiocrata e Turgot, ministro das finanças de Luís XVI entre 1774 e 1776. Como ministro, turgot procurou diminuir a ação do estado na economia, aperfeiçoando o sistema de arrecadação , abolindo algumas corvéias e facilitando o comércio de cereais. nessa época, existiam barreiras alfandegárias entre as diversas regiões do país, que dificultavam a comercialização e a circulação  de mercadorias. o ministro  decretou: que livre a todas as pessoas ... exercer a espécie de comércio e as profissões artesanais que queiram...
VI - Adam Smith

        O escocês Adam Smith é considerado o pai do liberalismo econômico. A riqueza, segundo ele, é alcançada a partir do trabalho, e não da posse da terra. O preço de mercado dos produtos é fixado por meio da lei natural de oferta e procura. Para Smith, só é possível conseguir a justiça social e a harmonia nas sociedades com a livre competição e o livre comércio. A obra mais importante desse economista é a Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. As idéias de Adam Smith formam a base da atual economia dos países ocidentais.
Para Smith, ao contrário dos mercantilistas, não havia necessidade de o Estado intervir na economia, pois ela era guiada por uma "Mão Invisível", isto é, pelas leis naturais do mercado. Essas leis eram a livre concorrência e a competição entre os produtores as quais determinavam o preço das mercadorias e eliminavam os fracos e os ineficientes. Assim, o próprio mercado regulamentava a economia, trazendo a harmonia social, sem a necessidade da intervenção da autoridade pública.
Smith ensinava que a produção nacional podia crescer através da divisão do trabalho, criando especializações capazes de aumentar a produtividade e fazer baixar o preço das mercadorias. Em seu livro, A. Smith defendeu as leis de mercado, o fim das restrições às importações e dos gastos governamentais improdutivos. 0 Estado deveria intervir somente para coibir os monopólios que impediam a livre circulação das mercadorias. As funções do Estado seriam garantir a lei, a segurança e a propriedade, além de proteger a saúde e incentivar a educação.
Fonte: ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário