segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Treze de Maio

Márcio Ramos
Hoje é a data em que se comemora os 125 anos da Abolição da escravatura. No dia 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a chamada Lei Áurea, pondo fim à escravidão no Brasil.


Durante muito tempo a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II, foi considerada uma heroína libertadora, que preocupada com as condições de vida dos negros, os liberta. Porem sabemos que essa nao é toda a verdade. O fim da escravidão não foi fruto da bondade da princesa, mas de muita luta da sociedade brasileira, de muita resistência negra. Quando a lei foi assinada apenas 5 % dos negros brasileiros ainda eram escravizados, a grande maioria havia conquistado sua liberdade através da compra da carta de alforria ou de fugas e formação de quilombos.

A escravidão negra foi implantada no Brasil ainda no seculo XVI, na economia canavieira. Achar que os negros aceitavam pacificamente a exploração é  um erro, pois a existência dos  quilombos é uma prova dessa resistência. Não esqueçamos que o Quilombo de Palmares foi apenas o mais famoso.
O trabalho escravo negro foi utilizado na agricultura, na mineração,nos serviços domésticos, etc. Apesar da resistência a escravatura se manteve por mais de 300 anos. No século XIX surge no Brasil o Movimento Abolicionista, que reivindicava o fim da escravidão. Formado por varios setores da sociedade, como políticos liberais, advogados, poetas e negros libertos, o movimento pressionou o governo pelo fim da escravidão. O governo de D. Pedro II cria as leis abolicionistas : a Lei do Ventre Livre, a Lei do Sexagenário e finalmente a Lei Áurea.

A assinatura da Lei Áurea não mudou as condições de vida da população negra e mestiça, que teve que se virar sozinha, sem nenhum auxílio do governo ou da sociedade escravocrata.  Largados à própria sorte foram ocupando os piores postos de trabalho e lugares para moradias. Ao longo do século XX e nesse inicio do século XXI, muita coisa ainda precisa ser feita para que todos os brasileiros, independentemente de sua raça/etnia tenham condições decentes de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário