terça-feira, 2 de julho de 2013

O mundo do trabalho


O trabalho surgiu com uma concepção  negativa. Sua origem latina o associa ao tripalium ( instrumento de tortura formado por três paus, ao qual eram atados os condenados). Dessa forma, o trabalho manual era desvalorizado na Antiguidade, e apesar do catolicismo tentar valoriza-lo na Idade Média, o colocando como uma ordenanca divina, ele continua sendo colocado em uma hierarquia inferior.

Na Idade Moderna com a Revolução Tecnológica ocorre uma valorização da técnica, da experimentação e do conhecimento alcançado por meio da prática. Com o nascimento da fábrica uma nova realidade se configura. Os trabalhadores foram obrigados a vender sua força de trabalho em troca de salário. Eles se submetidas às péssimas condições de vida e de trabalho, e aos poucos, a vender sua força de trabalho em troca de salário. Eles se submetem às péssimas condições de vida e de trabalho, e aos poucos a ideologia de que o trabalho dignifica o homem foi se formando.

Com a Revolução Industrial ocorre a divisão entre os donos dos meios de produção(os donos das fábricas, das máquinas) e os operários(o proletariado ). Tivemos nesse momento a separação entre quem cria, inventa o produto e quem é  obrigado a simplesmente e executar o trabalho. É a racionalização da produção , que acabou significando um controle maior nas etapas da produção e na divisão do trabalho .
Essa divisão do trabalho evoluiu até que Henry Ford introduziu a linha de montagem na indústria de automóveis, dando início ao Fordismo.Frederick Taylor também contribuiu para esse processo através de um método, o taylorismo, que visava o "aumento da produtividade com economia de tempo, onde até mesmos gestos e movimentos dos trabalhadores devem ser controlados para reduzir a perda de tempo. Em cada fábrica são criados cargos de gerentes e de fiscais dos trabalhadores, além de prêmio aos bons funcionários.

O resultado de todo esse processo é o que podemos chamar de alienação, ou seja, o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu e passa a ser do capitalista. "Ao se confinar o operário à fábrica são, retirando dele a posse do produto, é ele próprio que perde o centro de si mesmo. Não escolhe o salário, não escolhe o horário nem o ritmo de trabalho e passa a ser comandado de fora, por forças que lhe são estranhas".(p. 45)

As mercadorias se tornam um fetiche(passam a ser consideradas como se tivessem vida) e seu valor se torna maior do que o valor de uso. Pensamos no indivíduo que gasta metade do salário com um tênis,  pelo fato dele ser de determinada "marca". Além disso,  as pessoas se tornam coisas, já que os produtos e o mercado aparecem como mais importante. Se o empresário quer construir um hotel de luxo em um local onde há moradores pobres, ele não vai pensar no que é melhor para essas pessoas, mas sim usar todas as forças, inclusive a Administração Pública para tirá-los do local.

O trabalho aparece atualmente como o principal meio para o consumo, ou seja, não é o lugar de realização da vida ou do desenvolvimento das capacidades humanas, mas sim um meio para obtenção de um salário que possibilite o consumo. E o consumo alienante nos fornece a falsa ilusão de um pouco de felicidade.

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